O câncer de próstata é o tipo mais frequente entre os homens na Europa. Anualmente, cerca de 1,5 milhões de diagnósticos são feitos em todo o mundo.
Os avanços nas técnicas cirúrgicas para o câncer de próstata, o mais prevalente entre os homens na Europa, oferecem uma possível solução para reduzir a disfunção erétil. O método NeuroSafe possibilita que os médicos preservem mais tecido nervoso durante a cirurgia. Segundo um estudo, essa abordagem dobra as chances de preservação da função erétil em comparação com os procedimentos tradicionais.
A próstata é uma glândula que desempenha um papel importante na produção de uma parte do fluido seminal. Durante a ejaculação, esse fluido auxilia no transporte dos espermatozoides até sua liberação para fora do corpo, conforme explicação da Liga Portuguesa Contra o Câncer.
A técnica cirúrgica, avaliada por especialistas de cinco hospitais no Reino Unido, é conhecida como "preservadora de nervos", pois seu objetivo é proteger nervos essenciais localizados na camada externa da próstata, responsáveis pela produção de ereções.
Durante o procedimento, o tecido prostático é cuidadosamente analisado. Se os exames indicarem que o tumor foi completamente removido, a camada externa da próstata, que contém os nervos, pode ser preservada, diminuindo o risco de complicações relacionadas à disfunção erétil.
O estudo, publicado na revista Lancet Oncology, envolveu 344 homens diagnosticados com câncer de próstata, sem histórico de disfunção erétil. Metade dos participantes foi submetida à cirurgia convencional, enquanto a outra metade passou pelo procedimento NeuroSafe.
Após um ano, 56% dos homens que realizaram a cirurgia tradicional relataram disfunção erétil grave, enquanto 38% dos que optaram pelo NeuroSafe apresentaram o mesmo problema.
Por outro lado, 23% dos pacientes do grupo da cirurgia convencional não relataram disfunção erétil ou apresentaram apenas sintomas leves, enquanto 39% dos que se submeteram ao NeuroSafe tiveram resultados semelhantes.
Greg Shaw, principal autor do estudo e urologista no NHS Foundation Trust, explicou ao The Guardian que o procedimento permite que os cirurgiões tenham uma orientação precisa para preservar o máximo possível de nervos, oferecendo aos pacientes melhores chances de recuperar a função sexual após a remoção do câncer.
Os pesquisadores acreditam que os resultados são promissores e indicam que inovações cirúrgicas podem reduzir a disfunção erétil em alguns homens. No entanto, ressaltam que mais estudos são necessários para confirmar a eficácia do NeuroSafe em comparação com as técnicas tradicionais e avaliar sua possível implementação no Sistema Nacional de Saúde do Reino Unido.
O câncer de próstata é o tipo mais comum entre os homens na Europa é
frequentemente referido como o "assassino silencioso" devido à falta de sintomas nos estágios iniciais. Em 2012, o IPO registrou aproximadamente 350 mil novos casos diagnosticados. A cada ano, quase 1,5 milhões de homens são diagnosticados mundialmente, e cerca de 375 mil morrem devido à doença. A maioria dos casos ocorre em homens com mais de 50 anos, com o pico de incidência aos 66 anos. A Liga Portuguesa Contra o Câncer destaca a necessidade urgente de pesquisas contínuas sobre o tema.
Fonte: sapo.pt
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