A Sexta Secção do Tribunal Judicial da Província de Sofala (TJPS), na Beira, condenou na última sexta-feira quatro dos sete réus em julgamento a penas que variam de três a trinta anos de prisão, por envolvimento em crimes de rapto, branqueamento de capitais, associação criminosa e posse de armas proibidas.
Os condenados são Nelson Mutabeia, Baptista Raiva, Ibraimo Carlos e Tomás Munocola, sendo que este último, um curandeiro, utilizava sua residência como cativeiro para manter as vítimas. Já os outros réus, Abubacar Metal, Abu José e Pedro Jorge, foram absolvidos devido à falta de provas.
Além das penas privativas de liberdade, os condenados deverão pagar uma indemnização de 35 milhões de meticais às vítimas e seus familiares, além de 10 milhões de meticais em compensação ao Estado.
O juiz Martinho Muchiguere destacou que os réus agiram de forma consciente e deliberada, com o intuito de obter ganhos financeiros fáceis, o que levou à aplicação das penas, incluindo a pena máxima prevista pelo novo Código Penal (Lei 24/2019 de 24 de dezembro).
O tribunal também emitiu mandados de captura para outros supostos membros do grupo, que ainda estão foragidos, como Moisés Ngove, Moniz Banco, Bento Novas, Camilo Botão, Ofice Miquitaio e Alfredo Matsimbe.
Muchiguere observou que, desde a prisão dos acusados, a cidade da Beira tem experimentado uma relativa tranquilidade em relação aos raptos, e expressou a esperança de que, após a desarticulação deste grupo, não surjam outros.
- Ele alertou sobre as consequências devastadoras do rapto, afetando a economia e levando ao desemprego e à miséria, além de prejudicar as relações diplomáticas do país no cenário internacional.
O juiz finalizou sua intervenção pedindo que os condenados cumpram suas penas de forma exemplar e apelou para a mudança de comportamento dos absolvidos.
Durante o julgamento, o representante do Ministério Público, Eugénio da Graça, revelou que os réus faziam parte de um grupo criminoso com vários anos de atividade, dedicado a raptos e outros crimes, tendo sequestrado diversas vítimas entre 2020 e 2022 em várias cidades, incluindo Beira, Maputo, Chimoio e Quelimane.
Fonte: jornalnoticias.co.mz
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