Frelimo e seu candidato vencem eleições de 2024, afirma Daniel Chapo
A Frelimo e seu candidato presidencial conquistaram a vitória nas VII Eleições Gerais e IV Provinciais, realizadas em 9 de outubro de 2024. Durante a abertura da IV Sessão Ordinária do Comité Central do partido, realizada na Escola Central da Frelimo, na Matola, Daniel Francisco Chapo, Presidente da Frelimo e ex-candidato presidencial, reforçou essa posição, afirmando: "Esta é a verdadeira verdade eleitoral."
Segundo Chapo, a preparação e organização do partido foram fundamentais para garantir o triunfo em todas as fases do processo eleitoral. Ele destacou que o alto nível de mobilização permitiu ao candidato da Frelimo superar os concorrentes e assegurar que a vontade genuína dos eleitores fosse respeitada por meio do voto.
Eleito Presidente da República em um dos pleitos mais contestados desde a introdução do multipartidarismo, Chapo minimizou os protestos que eclodiram após as eleições em diversas regiões do país. Esses protestos, que resultaram na morte de mais de 350 pessoas e na destruição de infraestruturas públicas e privadas, não seriam, segundo ele, uma consequência direta do processo eleitoral, mas sim parte de uma estratégia previamente elaborada para desestabilizar o país.
Chapo reiterou a posição da Frelimo de que há um movimento, tanto interno quanto externo, visando enfraquecer o partido, que governa Moçambique desde 1975. Ele defendeu que a Frelimo continua sendo o principal guia dos moçambicanos na busca pelo desenvolvimento político, econômico e cultural do país.
Ao analisar o cenário pós-eleitoral, o Presidente moçambicano afirmou que as eleições ocorreram em um contexto de intensas pressões internas e externas, parte de uma estratégia global para enfraquecer antigos movimentos de libertação nacional na África Austral. Essa tese já havia sido levantada anteriormente pela Comissão Política da Frelimo.
Chapo também reconheceu que os protestos foram impulsionados por desafios internos, como dificuldades na oferta de serviços básicos, crescente intolerância política, arrogância de alguns dirigentes e corrupção. Diante disso, propôs a criação de uma diretriz que estabeleça o papel dos líderes do partido para fortalecer sua atuação.
Por fim, ele atribuiu as manifestações violentas a um candidato derrotado, identificando diretamente Venâncio António Bila Mondlane. Chapo enfatizou a necessidade de uma análise aprofundada sobre as causas dos protestos, defendendo que o partido deve refletir sobre seus próprios desafios para garantir a estabilidade política e social do país.
Em seu discurso de pouco mais de 28 minutos, Daniel Chapo enfatizou a importância de levar uma mensagem de paz e harmonia às comunidades locais, como aldeias e povoados. O objetivo, segundo ele, é esclarecer a população sobre a "verdadeira verdade eleitoral" e combater a disseminação do "evangelho do ódio".
Chapo também destacou a necessidade de retomar a formação de quadros dentro da Frelimo, argumentando que atualmente há incertezas quanto à ideologia dos partidos. Além disso, anunciou que o partido pretende reativar reuniões e conferências de quadros, eventos que reúnem os principais estrategistas da Frelimo e que não ocorrem há mais de cinco ano
A suspensão dessas reuniões já havia sido questionada publicamente pelo veterano da luta de libertação nacional, Hélder Martins, em uma carta enviada a Filipe Nyusi durante os protestos pós-eleitorai
O evento na Escola Central da Frelimo conta com a presença de 241 membros do Comité Central, além de membros do Governo, ex-integrantes do Bureau Político do partido, como Graça Machel e Óscar Monteiro, e antigos presidentes da Frelimo, entre outros convidado
Fonte: cartamoz
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