A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) acusa o candidato presidencial Álvaro Massinga de manipular o processo eleitoral ao facilitar a regularização massiva de quotas para mais de 30 associações, utilizando fundos cuja origem não foi esclarecida.
A pouco mais de um mês das eleições, a CTA, liderada por Agostinho Vuma, instaurou um processo disciplinar contra Massinga, que concorre à presidência da instituição.
Segundo uma investigação conduzida pelo Conselho Diretivo desde novembro do ano passado, foi constatado que várias associações receberam pagamentos direcionados por Massinga. O objetivo, conforme a CTA, seria garantir o apoio dessas entidades à sua candidatura.
A confederação aponta que os depósitos foram realizados no mesmo dia e por um único indivíduo, sem vínculo com as associações beneficiadas. Recibos de depósitos, aos quais a reportagem teve acesso, indicam valores entre 24 e 50 mil meticais.
O Conselho Diretivo da CTA considera que essas ações violam normas estatutárias, como a obrigação de cumprir regulamentos internos e contribuir para o bom funcionamento da organização.
Além disso, a empresa Sotux, Lda, representada por Álvaro Massinga no Conselho Empresarial Nacional, esteve inadimplente no pagamento das quotas por quatro anos consecutivos, regularizando sua situação apenas na véspera do início do processo eleitoral.
A CTA também acusa Massinga de comprometer a credibilidade da instituição. Segundo a confederação, durante sua gestão na Câmara de Comércio de Moçambique, ele teria adotado uma postura de enfraquecimento da CTA, promovendo divisões internas e assumindo atribuições que não lhe cabiam.
Questionado sobre o caso, o presidente da CTA, Agostinho Vuma, evitou dar detalhes, mas afirmou que é essencial esclarecer os fatos antes das eleições. No entanto, garantiu que o calendário eleitoral seguirá sem alterações.
Para responder às acusações, a CTA concedeu a Álvaro Massinga um prazo de 10 dias, a partir da notificação, para apresentar sua defesa por escrito ao Conselho Diretivo.
Fonte: Opaís
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