Nos últimos 10 dias, o Hospital Central da Beira (HCB) realizou uma intensa campanha de cirurgias, superando amplamente a meta estabelecida de 100 intervenções. Ao todo, foram operados 313 pacientes, dos quais 52 passaram por procedimentos ortopédicos e 261 por cirurgias gerais. Muitos desses pacientes aguardavam atendimento há mais de um ano.
A elevada demanda por cirurgias no HCB é agravada por diversos fatores, incluindo a escassez de especialistas e o crescimento contínuo da população, que pressiona o sistema de saúde. A situação tornou-se ainda mais crítica entre outubro e o início de março, período em que as manifestações pós-eleitorais dificultaram o transporte de medicamentos para outras regiões.
Para enfrentar esse cenário, o Governo orientou todos os hospitais centrais a realizarem cirurgias em grande escala durante os primeiros 100 dias do novo ciclo de governação. No caso do HCB, uma equipa composta por 97 profissionais de saúde assumiu a missão, conseguindo operar mais de três vezes o número inicialmente previsto.
Segundo o diretor do hospital, Nelson Mucopo, as principais patologias tratadas na ortopedia foram fraturas nos membros inferiores, com aplicação de dispositivos metálicos para estabilizar os ossos e acelerar o processo de cicatrização.
Já na área de cirurgia geral, os procedimentos mais comuns foram para correção de hérnias inguinais, remoção de hidrocelo (acúmulo de líquido no escroto), tratamento de condições anorretais como hemorróidas e fístulas, além de casos de bócio e nódulos mamários.
Entre os pacientes atendidos, há relatos de longa espera. Um deles aguardava há dois anos por uma cirurgia de hérnia. Outra paciente, vítima de um acidente em junho do ano passado, só conseguiu ser operada durante esta campanha.
O hospital também enfrentou, no ano anterior, mais de 300 reclamações relacionadas ao atendimento e seis denúncias de cobranças indevidas ligadas a procedimentos cirúrgicos.
Por fim, o HCB voltou a manifestar preocupação com o crescente número de acidentes envolvendo moto-táxis e pediu às autoridades maior rigor na fiscalização do trânsito.
Fonte: Opaís
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