De 8 a 11 de abril, a capital moçambicana, Maputo, será o centro de um dos maiores encontros do cinema de curta-metragem do mundo: o Festival Internacional de Curtas-Metragens de Clermont-Ferrand. Esta iniciativa, reconhecida globalmente, marca um passo importante na valorização do audiovisual em Moçambique e reforça os vínculos com o circuito cinematográfico internacional.
A programação faz parte do projeto Films on Campus – Moçambique, coordenado pelo Centro Cultural Franco-Moçambicano (CCFM) em colaboração com o Institut Français d’Afrique du Sud (IFAS). O evento trará uma agenda rica, incluindo exibições de filmes, workshops formativos, rodas de conversa e intercâmbios profissionais. Entre os convidados, destaca-se a presença de Grégoire Rouchit, programador do festival francês.
As atividades começam na terça-feira, às 18h, com uma sessão pública no auditório do CCFM dedicada às Curtas Lusófonas do Festival de Clermont-Ferrand.
Na quarta-feira, o foco será a formação. Estão previstas oficinas voltadas para profissionais do setor audiovisual, com introduções à história e funcionamento do festival, bem como a apresentação de ferramentas como o Shortfilmdepot e o Shortfilmwire — plataformas que facilitam a distribuição e a curadoria de curtas-metragens.
Ainda nesse dia, das 14h30 às 17h30, ocorre uma oficina prática sobre programação de filmes, que ensinará os participantes a montar mostras adaptadas a diferentes contextos e públicos. A atividade incentivará o desenvolvimento de habilidades curatoriais e o contato direto com o festival, voltando-se especialmente para realizadores, programadores, produtores e agentes culturais locais.
No dia 11 de abril, das 9h30 às 12h30, o Museu Mafalala será palco de uma formação voltada para a educação visual. A sessão apresentará métodos pedagógicos usados pelo festival francês e adaptáveis ao contexto educativo moçambicano, com foco na análise crítica de produções audiovisuais. Participam estudantes do Instituto Superior de Artes e Cultura (ISArC), membros do KUGOMA, professores e mediadores culturais.
À tarde, entre 14h e 17h, será realizada uma jornada de trabalho sobre preservação do património audiovisual e estratégias de valorização do curta-metragem. A sessão destacará a experiência da Agência Francesa do Curta-Metragem e o projeto “Cité du Court”, explorando oportunidades de colaboração com iniciativas locais, como a da Associação dos Amigos da Cinemateca de Moçambique (AAMCM), representada por Diana Manhiça.
Além disso, entre os dias 15 e 19 de abril, estão programadas exibições itinerantes que levarão o cinema a diversos pontos de Maputo, como o Bairro da Polana Caniço e a Casa de Vidro na Macaneta, ampliando o alcance da arte cinematográfica e estimulando o envolvimento das comunidades.
Reconhecido por revelar talentos emergentes e fomentar reflexões sociais por meio do cinema, o Festival de Clermont-Ferrand representa uma oportunidade ímpar para o público moçambicano descobrir produções inovadoras e estreitar laços com o cenário internacional da sétima arte.
Fonte: Opaís
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